Páginas de cadernos de campo.
Exercícios de desenhos de observação e esboços feitos em
cadernos de campo, com alunos do Curso de Ilustração Científica Biológica em 2013.
O local de observações é o Parque Nacional da Cerra do Cipó.
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Scinax fuscovarius - aquarela |
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Hemidactylus mabouia (lagartixa domestica tropical morta)
- aquarela |
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Libélula - aquarela com caneta dágua |
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Vespa - esboços em desenho cego |
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Um momento na elaboração do desenho!
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Paisagem no Mirante da Serra do Cipó.
Aquarela e lápis de cor. |
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Deck do Tôma Fôlego - aquarela |
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Caminho para o canyon. |
Trabalho
de Campo na Serra do Cipó
Visitar
o Parque Nacional da Serra do Cipó foi uma experiência didática
para realizar trabalhos de campo. O objetivo foi treinar equipe de
desenhistas para ajudar na coleta de dados de espécies endêmicas.
Fazemos parte de um
grupo de ilustradores em formação dos cursos de ilustração
científica, e a proposta desta nova atividade, é vivenciar,
observar e descrever a paisagem, seus habitantes e seus
comportamentos através dos desenhos.
Os cadernos de campo ainda são
ferramentas novas para nós desenhistas iniciados, mas agora passam a fazer parte importante do
nosso material de trabalho como objetos mais recomendados para o
nosso cotidiano, e soma aos já acostumados lápis, aquarelas e
pinceis, e câmeras fotográficas nas nossas mochilas.
Como metodologia, o
exercício do módulo proposto pelo curso de ilustração, é treinar
o olhar do observador sobre os objetos reais. Se uma planta no meio
da floresta, ou um animal no campo em movimento nos interessa,
devemos estar atentos para o registro rápido. Esta atividade se
difere dos desenhos que usam fotografias como referência visual, o
que se tornou um vício da comodidade nos dias de hoje,
principalmente com as imagens compartilhadas via internet.
A fotografia sim, foi
usada como recurso auxiliar de foto-esboço, permitindo uma visão relativa ao autor e à sua obra da contextualização daquele lugar. Nosso grupo procurou
desenvolver e aplicar os conceitos assimilados em sala de aula, até
com treinamentos prévios em parques menores e jardins botânicos da
cidade para exercer atividades em campo, e praticar esboços
rápidos-cronometrados e quase cegos aprendidos nos cursos, e agora, aplicando na prática novas técnicas (de desenho e
fotografia) para desenvolver as habilidades em ilustração
científica.
É um desafio técnico (pode-se dizer que tem também uma função poética) experimentar a rusticidade e a rapidez de decisão ao se
deparar com animais e suas interações com o ambiente, anotar os
fatores climáticos, anotar formatos, coloração e hábito das plantas - atenção à
flores características da paisagem do cerrado, e os fenômenos
naturais típicos do lugar.
A
exuberância do Parque Nacional da Serra do Cipó, nos deixou
ofuscados pela beleza e permitiu um trabalho com maior sabor de
aventura, bem diferente dos realizados em sala de aula. Os acasos e
as oportunidades de registro da cena, em um contexto a céu
aberto no meio da floresta do cerrado sujeito às intempéries e à
falta de conforto, mais algum incômodo provocado por insetos, como os
carrapatos, nos desperta atenção para situações curiosas e
imprevisíveis, mas sem abrir mão dos cuidados necessários de segurança!
Fiquei
deslumbrado com um cenário de galhos retorcidos secos e queimados, em
contraste com um verde intenso mesclando na paisagem uma poeira rosada
suspensa pelos ventos rasantes ao chão, se fundindo com a neblina da
manhã de inverno no horizonte azulado das montanhas. É de uma beleza
cinematográfica!
Julho/2013
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Mirante da Serra do Cipó. |